FIESC defende mais equilíbrio nas relações comerciais com a Coreia do Sul
Durante encontro com empresários da Coreia do Sul, realizado na última segunda-feira (25), em Florianópolis,SC, o presidente do Sistema FIESC, Glauco José Côrte, defendeu mais equilíbrio comercial na relação entre Santa Catarina e a Coreia. \"Importamos três vezes mais do que exportamos. Precisamos fazer um maior esforço de aproximação para que possamos conhecer mais o mercado e os métodos coreanos de negociação\", afirmou. Em 2011, o Estado embarcou US$ 130,3 milhões e importou US$ 445 milhões do país asiático. Os principais produtos exportados são soja, fumo e carne de frango.
O embaixador da Coreia no Brasil, Choi Kyong Lim, disse que apesar da distância entre o Brasil e a Coreia, o intercâmbio econômico tem aumentado nos últimos anos. Em 2010, as exportações do Brasil ao País cresceram 42% e no ano passado 25%. Hoje são cerca de 100 empresas coreanas instaladas no Brasil, principalmente no eixo Rio-São Paulo.
Conforme Lim, agora, o interesse maior é pelo Sul em função do desenvolvimento da região. Em Santa Catarina, há três empresas coreanas na região de Joinville. \"Nossa visita também acelera as relações econômicas. Espero que sirva para aumentar a relação amistosa, com oportunidades de negócios\", enfatizou ele.
Côrte, da FIESC, perguntou ao embaixador quais produtos catarinenses poderiam ser exportados à Coreia. Em resposta, Lim disse que qualquer produto que tenha competitividade internacional tem espaço naquele mercado. \"A Coreia é territorialmente pequena e economicamente ativa\", disse o embaixador, referindo-se ao tamanho do País, que é praticamente igual a Santa Catarina com uma população de 50 milhões de habitantes. A Coreia produz só 20% dos produtos industrializados que consome. 80% são importados dos mais diversos países.
Em relação às dificuldades que as companhias coreanas enfrentam para operar no Brasil, Lim disse que são as mesmas que os empresários brasileiros sentem, e destacou três: a complexidade das legislações tributária e trabalhista e a falta de infraestrutura.
Carne suína: Santa Catarina acompanha há dois anos as negociações de um acordo sanitário entre Brasil e Coreia para a exportação de carne suína. Das oito etapas exigidas pelo governo sul-coreano para fechar o acordo, as quatro etapas mais complexas já foram cumpridas. O principal obstáculo que trava o acordo é que o Brasil foi classificado como área restritiva. Apesar da boa condição sanitária de Santa Catarina, a classificação leva em conta o país como um todo.
\"Queremos importar a carne suína produzida por Santa Catarina. A Coreia importa 50% da carne suína que consome. Sabemos que a qualidade é superior e tem preço competitivo. Esperamos que em breve essas carnes possam estar presentes na mesa dos coreanos\", afirmou o embaixador.
